Como teria sido a minha vida se…
É inegável, ponderamos demasiadas vezes o ” e se”, não no sentido de decisões futuras, que nestas devemos questionar a nós próprios o que poderá acontecer se ficarmos, se formos, se estivermos, se aceitarmos, se cedemos, se gostamos, se é esse o passo que queremos mesmo dar, cada vez se torna mais importante ter os pés em terreno firme. Mas é quando perguntamos depois, por decisões passadas, e se eu tivesse feito assim? e se eu tivesse ido? se tivesse aceitado, se nao estivesse ali naquele momento? que o terreno começa a ficar perigoso.
Somos feitos das decisões de cada dia, e se tivessemos tomado uma em vez da outra hoje mesmo, nós não seriamos nós, mas uma outra pessoa dentro do mesmo corpo. Pessoas dizem que nunca se arrependeram de nada do que possam ter feito e nunca mudariam nenhuma das suas escolhas, outras dizem que se arrependem, mas que se fosse possível mudariam o caminho que tomaram em determinadas situações. Ainda há algumas que como eu se arrependem de muita merda que fizeram, que se o seu génio lhes permitisse fariam diferente, mas que sabem que nunca existem duas escolhas para uma mesma opção. O passado já lá está, errar, não errar, arrepender-se ou não é apenas a nossa opinião actual. Nunca poderemos voltar atrás para mudar o que foi feito. Entrar em retrospectiva da ilusão daquilo que poderiamos ter sido, só serve para nos afastar momentaneamente daquilo que somos.
Somos erros, somos arrependimentos, somos aprendizagens e realizações, somos tristezas e alegrias, somos quem magoou e foi magoado, somos quem fez chorar, quem chorou, quem cresceu, somos quem vive o hoje à custa da nossa vontade. Devemos trabalhar os defeitos, pedir perdão por erros, pintar com as nossas cores, descobrindo a essência. Então não nos vale de nada perguntar sobre como teria sido a nossa vida se outro caminho tivessemos tomado, mesmo que estejamos no fundo do poço, porque senão usares as forças para subir à tona, esquece, nem vais poder ouvir os outros dizerem “como seria a vida dela se…” não caisse.
Sobe à tona e poderás ponderar “Como será a minha vida se, não voltar a meter tantas vezes a pata na poça, ou no poço…”